segunda-feira, 11 de agosto de 2008

fotografia.

Estática, velha, meio rasgada, argumentativa, esperançosa. Algumas digitais, poucas, bem poucas. Entre aquelas, furadas, cortadas. Outras suicidaram-se, como atos de desespero. É tarde para esquecer o passado. Muito tarde.

Estava, então, sentado para elas. E me encararam. Esqueci a TV e o computador. Peguei a mais velha, na verdade aos meus olhos era a mais velha. Não conseguia olhá-la por mais que 5 segundos. Ela torturava-me, amassava-me. Estava tão sóbrio, como pudera? Era só uma imagem, pensava. Só isso que ela é. Mais nada! Aquilo não significava nada para mim! Não mesmo!

Arranquei todas da estante e dos meus sentimentos. Não possuíam-me mais, estava livre. Olhei ao chão, um piso frio, retrato fundo das minhas angústias, voltei-me às fotografias. Cai numa armadilha! Saltei para o tapete. Meu cão se assustou, nada demais. Era comum.

Estava tão só naquela sala. E pelo contrário do óbvio, estava acompanhado de tantas pessoas. Na sua maioria pessoas ruins, más, que estavam naquelas fotografias. Eram más não porque me magoaram, ou me traíram. Era más porque estavam apenas nas fotografias. Estava só, mais uma vez.

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