sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Alívio azulado.

Senti um alívio triunfante quando o telefone tocou e meu pai, do outro lado, avisou-me que estava a caminho. Não sei, também, se foi pelo único fato de sair daquele obscuro lugar e poder desabafar a vida cotidiana. Ou, talvez, pelo fato de ter saído daquela sala amarela com mesas azuis.
É, deve ter sido aquela sala amarela, a luz branca e, sem muita dúvida, as mesas azuis. Cotidiano, tolice barata.

Ah, que mesas, que cadeiras... Que azul.
Lindo, Azul, lindo.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

será.

será que é loucura
tortura
tontura

ou uma doce mulher,
que ternura.

Quando vou te ver
te tocar
te abraçar

...

te amar,
amor da minha vida.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

sem tormento.

me sinto só
me sinto chão
vida dura
sinto pano... pobre, pano de chão.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Já, ódio.

O ódio possuiu meu corpo, minha alma, minha calma.
Minha paz jamais voltara atrás. Não dá.

Escrúpulo, estúpido.
Ódio nunca visto, não reparado, nem notado.
Ódio refugiado, molestado, pouco falado. E quando chega, aí sim é bem citado.


Ódio de tudo isso: das palavras mal expressadas, dos erros bem calculados, da calma... tão alarmada.

Ódio, simples e puro ódio. Não, não conseguira tirar da minha poltrona, nem do meu sofá. Jamais!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Mulher, única mulher.

Quero uma mulher que me deixe louco.

Mulher linda, mulher minha, mulher ela, só ela.

Mulher, não vejo horas, minutos...segundos.

Mulher inédita, como ela. Só ela.

Quem é ela? Quem é está?

Qual seu nome Mulher?

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Fala, amor, fala.

Fala, meu amor, como é que você está?

Mas, olha, fala logo, que amanhã tenho um dia inteiro pra
LABUTAR.

E já sabe o que acontecer se atrasar. Sem comida e plano médico, meu amor, vamos ficar.

E é sério, não vá você me desafiar, amor.



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Paixão insolente.

Foi lá que eu estava. Sol, calor, piscina e um futebol eventualmente. A câmera marcava o ambiente. Nada que fugisse do conveniente. Mas algo me chamou a atenção, além dessas coisas todas. Foi ela. Ela, que estava na fila. Que esperava a piada, sem graça. Também aguardava o gordinho à sua frente, o esfomeado não saia de jeito nenhum. Estava a escolher o arroz e quais dos pratos quentes iria pegar.

Foi ali.

Ali que passei, rápido, mas o suficiente para poder ver. Vi seus traços, sem maldade, e era linda. Uma mistura de vários tipos de beleza, se fundindo em um só, a dela. Esplendido, não conseguia parar de olhar. Mas fingi que nada aconteceu.

A fila andou. E eu fui embora. A visão estava atordoada. Passei pela grama, tonto. Confundindo-me nos passos, cai no mato verde e me vi meio deitado, meio sentado, sendo conduzido pelo risos de deboches.

Olhei para a fila. Ela já tinha saído. Um alivio marcante me arremessou de volta para os risos . Mas não eram mais tão importantes. Aqueles deboches eram apenas um retrato de fundo, uma paisagem passageira, feia. Que não quero lembrar.

Me recompus, levantei, agitei a calça, e corri. Corri para longe, onde ninguém mais me visse. Em algum lugar que só poderia ver ela. Corri para minha cama. Fechei meus olhos e comecei a sonhar. O sonho era deslumbrante, ela era o ponto central. Foi genial.

Acordei. Fui para a cozinha, peguei uma xícara, leite e um punhado de cereal. Misturei tudo e bebi. Me troquei e fui para a fila novamente.

Finalmente.

Estava atrás dela. Esperava tanto por aquele momento. Uma moeda caiu. A avisei, ela me olhou, agradeceu. Estremeci todo, as mãos suavam frio, tremiam e minha boca paralisada. Acenei com a cabeça, ela entendeu, sorrindo. Lindo. Meus olhos brilharam. Uma emoção nova, o coração batia aceleradamente. E o gordinho ficou. Finalmente agradeci sua presença. A fila demorava. O esfomeado não se decidia e eu só fingia que nada acontecia.

Não sabia o que fazer. Estava só aproveitando o momento. Sentindo seu calor. O jeito que passava as mãos no cabelo. A maneira como conversava. E sorria. Que sorriso lindo, seus lábios eram inigualáveis. Algo jamais visto pelos meus olhos.

O gordo se decidiu. Andou e foi em direção à mesa. Ela pegou salada e peixe. Talvez fosse do tipo que só come coisas naturais. Mas eu gostava. Adorava. Ela se sentou e eu, não estava com fome, olhei os pratos, os garfos e fui embora. Sem explicação.

Abri a porta. Na cama me deitei. E por fim, sonhei...com ela.
Sonhei até não poder mais, e a minha mente judiou dessa minha percepção inocente.
E a paixão me mostrou como ela é insolente, descontente, que mata com a nossa gente.

Te vi e foi tão bom.