segunda-feira, 14 de abril de 2008

pôr da chuva.

Com a barba por fazer, João acordou aos berros escoantes de seu pai. A luz escandecente, irritante e corrosiva o torturava. E cada palavra ecoava em sua cabeça como uma batida de martelo, invencível. O despertador tinha falhado. Aquela porcaria velha já não era tão mais eficiente como há 4 anos atrás.

João, meio tonto, meio sonolento, acordou seguido por ódio. Depois de alguns segundos os ouvidos já estavam começando a sentir os sons e a chuva batia na janela cinza, mostrando como aquela segunda-feira iria de ser. Talvez, por ser segunda, João marcara aquele dia como o último em sua vida, tão trabalhosa.

Esqueceu, pelo prazer. Pelo gozo de não querer, não poder. E por tal, não acordou. Suspirou na cama, no sonho. E o banho, o acordar, o despertar e os berros já não existiam. Então dormiu ao som da chuva de novo, com a barba...Por fazer.

Nenhum comentário: